Indústria 4.0: autonomia das máquinas
Automação reduz custos e garante qualidade na linha produtiva
Os avanços tecnológicos são rápidos. Na área industrial, ainda mais. Desde 2010, um novo conceito embasa o futuro das fábricas: agora a indústria é 4.0.
Chamada de quarta revolução, a indústria 4.0 consiste na autonomia das máquinas. Ou seja, a tecnologia permite que os equipamentos sejam programados para tomar decisões. Estas, antes eram tarefas das pessoas responsáveis por acionar os comandos nas máquinas. Além disso, esse novo modelo industrial apresenta mais eficiência, produtividade e redução de custos. O trabalho “braçal” feito por trabalhadores será desempenhado pelos equipamentos, reflexo também da falta de mão de obra.
De acordo com o diretor técnico da STW, Júnior Sulzbach, outra característica importante da indústria 4.0 é a economia de tempo. Quando detectado um problema ou alteração na produção, o reparo pode ser feito de forma instantânea para evitar desperdícios. “Com os softwares e a inteligência artificial podemos prever erros no produto final e mudá-lo durante a fabricação”, esclarece.
O novo modelo das fábricas também atende outra demanda importante: a exigência do consumidor final. A procura por produtos personalizados, customizados e exclusivos ganha força. Com a tecnologia de automação na indústria 4.0 é possível modificar detalhes e adereços no decorrer da confecção. “O que o cliente solicitar poderá ser produzido e alterado em tempo real”, explica Sulzbach.
Quanto maior for a eficiência produtiva, maior será a competitividade do negócio."
Júnior Sulzbach, diretor técnico
Ainda conforme o diretor técnico, a indústria entrou na Era da Integração, onde a tecnologia de informação será capaz de gerenciar todo processo produtivo. Com o auxílio das novas tecnologias é possível reduzir gastos com mão de obra, consumo de energia elétrica, água e minimizar a geração de resíduos. “O cliente tem na palma da mão todo o processo. De forma instantânea ele recebe os dados, analisa e toma a decisão. Essa eficiência melhora a produtividade e os lucros”, explica.
Entre as dificuldades ressalta o desconhecimento dos empresários quanto aos benefícios e ausência de capacitação a quem opera e toma as decisões geradas pelo sistema. “A qualificação é fundamental para obtermos o máximo de ganhos que o sistema nos proporciona”, finaliza.
Ganhos em produtividade
A Dália Alimentos, de Encantado, fabrica rações faz 36 anos. Nos últimos dois, a matriz e filial passaram pelo processo de automação. A maioria dos funcionários acompanha tudo à distância, por telas de computadores. “O cliente busca qualidade. A tecnologia, além de agilizar o processo, aumenta a produtividade e reduz as falhas”, observa o supervisor Walter Roberto Rahmeier.
Todo processo é mapeado: do recebimento do grão até a moagem, adição de micronutrientes, mistura e expedição. Conforme Rahmeier, até o carregamento e a pesagem são feitos de forma automatizada. Além disso, toda a estrutura elétrica da fábrica e da central de recebimento de grãos passou por adequações.
Quadros elétricos compactos, modernos e seguros foram instalados, garantindo mais proteção aos colaboradores e às máquinas. “Cem por cento dos motores são mapeados e monitorados. Ainda existem problemas, mas queremos chegar ao futuro com zero de falhas e se houverem, a própria máquina conseguirá resolver na mesma hora”, explica.
Outra vantagem da automação é a precisão na dosagem, pesagem e nos ingredientes que compõe a ração. “O que está no rótulo é o que o produtor encontra na ração. Atingimos essa eficiência graças à tecnologia”, afirma.
As fábricas de rações e a central de recebimento de grãos operam de segunda a sexta-feira. Já a unidade destinada para produzir rações para a alimentação de suínos opera em três turnos, 24 horas por dia.
Todos os dias são produzidas mais de mil toneladas de ração. Destinada ao gado de leite, a produção mensal é de 3,5 mil toneladas. Já a demanda para abastecer os suínos atinge o volume de 18 mil toneladas. “Implantamos um software que gerencia toda a produção. O que antes era feito exclusivamente por pessoas, hoje máquinas conseguem executar e gerenciar com perfeição, sob a supervisão de um operador qualificado”, finaliza.
Voltar