“Aqui todos vivem com dignidade”

Presidente da Pella Bethânia fala dos desafios e da importância do trabalho desenvolvido

O professor Herbert Carlos Lohmann enfatiza que a comunidade é o lugar onde as pessoas conseguem recuperar a esperança de uma nova vida, com dignidade. “Preferimos não mais usar o termo asilo e alteramos para Associação Beneficente Pella Bethânia ou Comunidade Pella Bethânia. Dar novo ‘cheiro’ ao ambiente e legalizá-lo aos olhos e aos ouvidos das pessoas”, destaca.

Qual a importância do trabalho desenvolvido perante a sociedade?

Herbert Carlos Lohmann – O trabalho diacônico é uma marca da nossa igreja, que comemora 500 anos de Reforma em 2017. Essa deu novas dimensões à igreja cristã, por meio da descoberta da mensagem do Evangelho, na qual está o cuidado às pessoas necessitadas, crianças, idosos e pessoas com deficiência que na maioria dos lares não têm espaço, mas aqui são recebidas com carinho e amor. Formamos uma grande família, onde existem abraços, onde ouvimos as queixas, dores, também da alma e, se necessário, onde o irmão chora no ombro do irmão. Nossos profissionais se interessam pelos problemas e auxiliam. Nossa missão consiste em desenvolver uma nova família e renovar as esperanças aos residentes, enfim, dar dignidade a todos.

De que forma podemos estimular o trabalho voluntário?

Lohmann – É preciso mostrar as coisas bonitas que temos e acontecem. Mostrar ao público as diversas atividades de integração de nossos residentes, com acompanhamento de profissionais da área. Não somos um depósito de “velharias” sem serventia. Somos, todos, residentes, administradores, funcionários, diretoria, pessoas de bem. Atuamos com amor e somos filhos amados de Deus. É necessário mostrar o ambiente paradisíaco do lar. Descortinar nossa pequena “aldeia” cercada de belezas exóticas, de lagos, banhada pelo Rio Taquari, um pátio amplo e florido, onde residentes e visitantes podem passear com liberdade. Existe espaço para amplo trabalho de voluntários, tais como o plantio de flores nesse vasto ambiente bucólico. Profissionais da beleza, poderiam vir, semanalmente, em dias programados com a direção, para corte e pintura de cabelos, arrumação das unhas e fazer a barba dos residentes e devolver-lhes a autoestima. É uma forma de integrá-los na sociedade e se sentirem bem.

As pessoas precisam compreender que todos os residentes são pessoas humanas que aqui vivem e aqui formam uma nova família solidária.” Professor Herbert Carlos Lohmann

Como superar as dificuldades financeiras?

Lohmann – Essas têm sido cruéis. Não somos autossustentáveis. Necessitamos do auxílio de empresas, de pessoas físicas e do poder público para a manutenção. Elaboramos um planejamento estratégico para os próximos cinco anos, com o auxílio de especialistas. Sabemos, hoje, onde estamos e onde queremos chegar. Todos precisam entender, também algumas prefeituras, que não conseguimos fazer milagres com as pessoas que nos trazem, sem uma contrapartida mais generosa em recursos financeiros, para cobrir despesas pessoais de cada um, tais como alimentação, cuidado e moradia.

Quais os desafios para o futuro?

Lohmann – Os projetos mais prementes são as reformas de prédios, muitos deles com mais de 79 anos e comprometidos. Alguns já receberam reformas, mas tantos outros, por falta de recursos, ainda não conseguimos recuperar. Com o aumento de pessoas com deficiências, há necessidade de novos espaços e mais adequados. Temos um projeto para um novo centro de saúde, instalação de uma academia ao ar livre, área de camping ao lado da pousada, reforma do cemitério Jardim da Paz, pavimentação da avenida na entrada à instituição e dos três quilômetros de estrada que ligam a cidade à entidade e ampliação do lar Maria Haetinger. A execução desses projetos depende dos recursos financeiros que, esperamos, o futuro nos presenteie.

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